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                   Foto e biografia:  
                  https://elias--blanco-blogspot-com.translate.goog/2012/02/luis-mendizabal-santa-cruz.html 
                     
                     
                    LUIS MENDIZABAL SANTA  CRUZ 
                  ( Bolívia ) 
                    
                  MENDIZÁBAL SANTA CRUZ,  Luis (Oruro, Bolívia,  1907 – La Paz, Bolívia, 1946).- Poeta e jornalista. 
                    Autodidata, participou da Guerra do  Chaco. Professora de Letras da Escola Normal de Sucre. Como  jornalista em Oruro dirigiu 'La Patria' e mais tarde fundou 'Noticias'; em  La Paz esteve ligado a 'El Diario' e 'La Noche'. 
                    Porfirio Díaz Machicao resume a vida e obra do  autor: "Extraordinariamente sensível. Boêmio. Poeta, sempre poeta.  Assistiu à Guerra do Chaco, forte, como o melhor dos atletas. Viveu em um mundo  desesperado e sombrio que queria qualificar com a ironia de suas crônicas  jornalísticas. Não aguentou mais e tirou a própria vida". 
                    Gustavo Medinaceli, por sua vez, logo após a  morte do poeta, expressou: "Mendizábal Santa Cruz morreu sem motivo como  uma criança que brinca de cair, porque sabia que a morte é hereditária, sempre  nasceu com ela, a carregou dentro de si , era congênito para ele. Ele sabia que  a morte era hereditária e que também é inútil". 
                    O poema intitulado 'Tin' diz: "A entrada da mina  engole homens, / mais homens, muitos homens. / A boca negra que de dentes  verdes, / veia e veia, / esmaga os pulmões fracos / dos mineiros fortes. /  Um queimador de sebo. Coca. / O cansaço transborda dos olhos. /  Mas não importa. Dentro de casa! / Perfure a escuridão. E a  rocha / e também perfurar a própria vida / Entre o guincho de ferros e  gargantas". 
                     
                    Poesia : Sulcos do sol (1930); Flare (1937). 
                    
                  TEXTO EN ESPAÑOL –  TEXTO EM PORTUGUÊS 
                    
                  
                  BEDREGAL, Yolanda.  Antología de la poesia boliviana. La Paz: Editorial Los Amigos del Libro, 1977.  627 p.   13,5x19 cm.   
                    Ex. bibl. Antonio Miranda 
                    
                  ESTAÑO 
                     
                    La bocamina se traga hombres, 
                      mis hombres, muchos hombres. 
                      La boca negra que con dientes verdes, 
                      De filón y de veta, 
                      Tritura los débiles pulmones 
                      De los mineros fuertes. 
   
                      Un mechero de sebo.  Coca. 
                      El cansancio rebalsa de los ojos. 
                      Pero no importa. ¡Adentro! 
                      Perforar la tiniebla. Y la roca 
                      Y perforar también la propia vida 
                      Entre chirriar de hierros y gargantas. 
                  Después… 
                    Estaño. Más estaño. Mucho estaño. 
                    Para que Mister Jackson y Miss Mabel 
                    Vayan a Yanquilandia. 
                    A bailar en los Clubes de treinta pisos 
                    Y beber whisky en tasas de café. 
   
   
  SOMBRAS 
   
                    Es  una enfermedad de indiferencia 
                    la que agobia mis tristes soledades. 
                    Se presenta en mi vida con frecuencia 
                    bajo distintos climas y ciudades. 
   
                    Me  bebo la fragancia del paisaje 
                    evaporando mi alma en fantasías. 
                    Y hallo al final de mi peregrinaje 
                    siempre las mismas cosas de otros días. 
   
                    Y  me doy en nostalgias musicales, 
                    en poemas, perfumes y canciones. 
                    El darse así remedia nuestros males 
                    esparciendo cenizas de ilusiones. 
   
                    Después  ya no florecen más auroras, 
                    en la propia emoción hay un suicidio 
                    cuando estrangula mis mejores horas 
                    la maligna serpiente del fastidio. 
   
                    Vuelven  a mi las sombras inquietantes 
                    estrujando con fiebre de placeres 
                    mi corazón cuajado de diamantes, 
                    que son lejanos nombres de mujeres. 
   
                    A  veces un flechazo de esperanza 
                    enciende en mi alma su dorada lumbre. 
                    Pero el corcel del tedio no se cansa 
                    de galopar tu vieja pesadumbre. 
   
                    Mi  amarga enfermedad de indiferencia 
                    en labios tropicales la he sentido. 
                    Hoy queda solamente la evidencia 
                    de los que pudo ser sin haber sido. 
   
                    Y  lo que podrá ser, lo siento extraño 
                    como algo que se espera inútilmente. 
                    No quiero más sufrir el hondo daño 
                    de sentir sed en medio de la fuente. 
                    
                  TEXTO EM PORTUGUÊS 
                    Tradução de ANTONIO MIRANDA 
                    
                  ESTANHO 
                     
                    A  boca da mina traga homens, 
                      meus homens, muitos homens. 
                      A boca negra que com dentes verdes, 
                      De filão e de veto, 
                      Tritura os débeis pulmões 
                      Dos mineiros fortes. 
   
                      Um isqueiro de sebo.  Coca. 
                      O cansaço transborda dos olhos. 
                      Mas não importa. Para dentro! 
                      Perfurar as trevas. E a rocha 
                      E perfurar também a própria vida 
                      Entre ranger de ferros e gargantas. 
                  Depois… 
                    Estanho. Mais estanho. Muito estanho. 
                    Para que Mister Jackson e Miss Mabel 
                    Viajem a Yanquilândia. 
                    A bailar nos Clubes de trinta andares 
                    E beber whisky em taças de café. 
   
   
  SOMBRAS 
   
                    É  uma enfermidade de indiferença 
                    a que oprime minhas tristes soledades. 
                    Se apresenta em minha vida com frequência 
                    sob diferentes climas e cidades. 
   
                    Eu  bebo a fragrância da paisagem 
                    evaporando minha alma em fantasias. 
                    E encontro ao final de minha peregrinação 
                    sempre as mesmas coisas de outros dias. 
   
                    E  me dou em nostalgias musicais, 
                    em poemas, perfumes e canções. 
                    O dar-se assim remedia nossos males 
                    esparzindo cinzas de ilusões. 
   
                    Después  já não florescem mais alvoradas, 
                    na própria emoção existe um suicídio 
                    quando estrangula minhas melhores horas 
                    a maligna serpente do fastígio. 
   
                    Regressam  a mim as sombras inquietantes 
                    apertando com febre de prazeres 
                    meu coração coagulado de diamantes, 
                    que são distantes nomes de mulheres. 
   
                    Às  vezes um flechaço de esperança 
                    acende em minha alma sua dourada luminosidade. 
                    Mas o corcel do tédio não se cansa 
                    de galopar teu velho pesar. 
   
                    Minha  amarga enfermidade de indiferença 
                    em lábios tropicais eu a senti. 
                    Hoje resta somente a evidência 
                    dos que puderam ser sem haver sido. 
   
                    E  o que poderá ser, sinto-o estranho 
                    como algo que se espera inutilmente. 
                    Não quero mais sofrer o dano profundo 
                    de sentir sede no meio de uma fonte. 
                    
                    
                  * 
                     
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                  Página publicada em julho de 2022 
                
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